FANTASMAS

Não poderia ser real, afinal fantasmas não existem. Mas tinha certeza de haver presenciado algo sobrenatural. Acendeu duas velas para lumiar sua visão e não dormiu mais. Caso fosse realmente um fantasma, com certeza seria o desgraçado do vizinho que morrera em desafeto pelo amor de uma jovem. No dia seguinte chamou o padre a fim de benzer sua casa. Nunca mais observou nada de anormal. Contudo resolveu largar a moça, também após as vinte horas mantém velas acesas durante as noites. Vai que...




VIGÍLIA

Da janela do pequeno apartamento, Maria olha as luzes da cidade. Transeuntes apressados andam esbarrando-se com a percepção baixa, sem ao menos darem conta que suas vidas se esvaziavam. Um pouco mais na dianteira uma menina feia, calçando chinelos, namora uma vitrina. Do alto de sua solidão rememora que há cinquenta anos, ali era tão calmo. Inclusive lembrou-se de sua casinha onde da janela, era cortejada por andadeiros. Teve medo e naquela noite, não pode adormecer.



SOLIDÃO

Um prato de sopa rala em um pequeno barraco feito com tábuas, era a única refeição daquele sertanejo que cruzara a poeira do sertão até sua habitação depois de um longo dia no trabalho, onde nada do cultivo que fizera já algum tempo resistira a seca. Contudo sua sorte mudou naquele dia, pois fora surpreendido por um caminhão que chegara e entregava algumas cestas básicas naquele lugarejo. Agarrou seu provimento e trocou com uma família vizinha por um cãozinho, a fim de não ficar mais tão sozinho.

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