O mundo anda complicado

Ninguém podia imaginar tal desfecho. A Lua alta clareava aquela trilha por onde peregrinava. Vaga-lumes aos milhares nas laterais desenhavam a alameda por onde passava dando passos largos, pois logo chegaria à cabana que pouco mais de pisada chegaria.
Tudo queimado. Provavelmente a vela que deixara acesa, ninguém sabe dizer. Sentou-se pondo a chorar copiosamente. Não resistiu quando denotou seu escrito a mão, em luz de velas jazia todo perdido como fumaça ao vento. Pulou do penhasco sem nenhuma testemunha ocular. O que sabem para contar é de uma carta escrita à luz da Lua para descrever, deixada também a aragem e achada por pequenos.
A carta? Nunca ninguém conhecido jamais viu.
Mas crianças contaram! Não sei afinal ninguém conhecido admitiu ver tais crianças.
O corpo jamais foi encontrado. A cabana agora que fora queimada deu lugar a um lindo hotel. Aquele lugarejo agora é um lugar turístico, onde as pessoas fazem e pagam promessas à santa.
Seus escritos são achados aos poucos, geralmente quando cai a peregrinação. Acredito que seja assim a vontade da santa, afinal pequenos papeis aparecem queimados com mensagens sagradas.
Ninguém deseja que aquilo seja tudo uma mentira. As pessoas precisam disso. Acho na verdade que pensam que precisa, mas a indolência em raciocinar já nos deu uma abundância incrível de santos. Claro que custa um pouco de dinheiro, afinal...

Anderson Caum

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